Sou metade loucura, e o resto é poeira...
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Continua a existir um ponto de luz, mínimo mas forte, um pequeno ponto que me ilumina a vida, me alimenta a esperança, de onde eu próprio me alimento.
Poderá ser apenas um desvanecer de uma esperança enorme, muito maior que este pequeno ponto que se mantém na escuridão, mas é ao que me agarro, desejando desesperadamente que não se apague, desejando desesperadamente que se possa agigantar e iluminar todo um mundo novamente.
Nada em mim mudou... mas estou diferente... não sei quem sou, mas conheço-me muito melhor.
Poderá ser apenas um desvanecer de uma esperança enorme, muito maior que este pequeno ponto que se mantém na escuridão, mas é ao que me agarro, desejando desesperadamente que não se apague, desejando desesperadamente que se possa agigantar e iluminar todo um mundo novamente.
Nada em mim mudou... mas estou diferente... não sei quem sou, mas conheço-me muito melhor.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Vivo o presente
“Vivo o presente. O futuro, não o conheço. O passado, já não o tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades. Conhecendo o que tem sido a minha vida até hoje – tantas vezes e em tanto o contrário do que eu a desejara – que não posso presumir da minha vida de amanhã senão que será o que não presumo, o que não quero, o que me acontece de fora, até através da minha vontade? Nem tenho nada no meu passado que relembre com o desejo inútil de o repetir. Nunca fui senão um vestígio e um simulacro de mim. O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Breve sombra escura de uma árvore citadina, leve som de água caindo no tanque triste, verde da relva regular – jardim público ao quase crepúsculo – sois, neste momento, o universo inteiro para mim, porque sois o conteúdo pleno da minha sensação consciente. Não quero mais da vida do que senti-la perder-se nestas tardes imprevistas, ao som de crianças alheias que brincam nestes jardins engradados pela melancolia das ruas que os cercam, e copados, para além dos ramos altos das árvores, pelo céu onde as estrelas recomeçam”..
In Livro do Desassossego Bernardo Soares
Breve sombra escura de uma árvore citadina, leve som de água caindo no tanque triste, verde da relva regular – jardim público ao quase crepúsculo – sois, neste momento, o universo inteiro para mim, porque sois o conteúdo pleno da minha sensação consciente. Não quero mais da vida do que senti-la perder-se nestas tardes imprevistas, ao som de crianças alheias que brincam nestes jardins engradados pela melancolia das ruas que os cercam, e copados, para além dos ramos altos das árvores, pelo céu onde as estrelas recomeçam”..
In Livro do Desassossego Bernardo Soares
Sou metade loucura, e o resto é poeira...
Sei que eu encararia
Grandes situações
Para poder ter-te novamente
Nos sonhos ou na vida.
Enfrentaria os grandes titãs,
Brigaria contra os deuses do Olimpo
E também os do inferno,
Só pra ter-te ao meu lado bem.
Gritaria os mais altos berros,
Falaria de mansinho os mais
[baixos sussuros,
E me calaria no mais quieto dos silêncios;
Se eu pudesse ter esses teus olhos
[do meu lado para sempre.
Agora pisemos no chão.
Olhe para mim,
Sou poeta ciumento e sonhador
Que eu posso querer,
Se não só ter você.
Olhe para mim,
Sou metade silêncio
E metade briga
Sou metade grito
E metade alegria
Sou metade lágria
Metade casa
Metade filme mais pipoca.
Sou eu assim,
Metade dramático
Outra metade pé na vida
Sou um tanto livros e poemas
Outro tanto beijos e abraços.
Sou metade sonho
Outra parte sou verdade
Sou metade amor
Outro pouco ódio
Sou também metade vida
Pouca parte sou a morte.
Sou metade gargalhada
Outra metade estranho esquisito
Sou metade agitado
Outra parte um sono profundo
Sou metade ansioso
Outro tanto calmo e em paz.
Sou um tanto sexo
Outra metade lirismo.
Sou metade teatro
Outras partes novela
Sou metade Quintana
Outro tanto Drummond de Andrade
Sou metade Augusto do Anjos
Outra parte sou Azevedo.
Sou metade preto e branco
E outra parte,
Quando estou com você,
É um inteiro.
É apenas um rio vermelho
Que passa bem rápido
Nos ponteiros do tempo.
Esse é um inteiro vermelho vivo
Que trapaceia as regras do relógio.
Nícholas Mendes (Puck Todd)
Grandes situações
Para poder ter-te novamente
Nos sonhos ou na vida.
Enfrentaria os grandes titãs,
Brigaria contra os deuses do Olimpo
E também os do inferno,
Só pra ter-te ao meu lado bem.
Gritaria os mais altos berros,
Falaria de mansinho os mais
[baixos sussuros,
E me calaria no mais quieto dos silêncios;
Se eu pudesse ter esses teus olhos
[do meu lado para sempre.
Agora pisemos no chão.
Olhe para mim,
Sou poeta ciumento e sonhador
Que eu posso querer,
Se não só ter você.
Olhe para mim,
Sou metade silêncio
E metade briga
Sou metade grito
E metade alegria
Sou metade lágria
Metade casa
Metade filme mais pipoca.
Sou eu assim,
Metade dramático
Outra metade pé na vida
Sou um tanto livros e poemas
Outro tanto beijos e abraços.
Sou metade sonho
Outra parte sou verdade
Sou metade amor
Outro pouco ódio
Sou também metade vida
Pouca parte sou a morte.
Sou metade gargalhada
Outra metade estranho esquisito
Sou metade agitado
Outra parte um sono profundo
Sou metade ansioso
Outro tanto calmo e em paz.
Sou um tanto sexo
Outra metade lirismo.
Sou metade teatro
Outras partes novela
Sou metade Quintana
Outro tanto Drummond de Andrade
Sou metade Augusto do Anjos
Outra parte sou Azevedo.
Sou metade preto e branco
E outra parte,
Quando estou com você,
É um inteiro.
É apenas um rio vermelho
Que passa bem rápido
Nos ponteiros do tempo.
Esse é um inteiro vermelho vivo
Que trapaceia as regras do relógio.
Nícholas Mendes (Puck Todd)
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